segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

                        Alberto Caeiro
 
 
 
Porque hoje é o dia de Fernando Pessoa :=)
Dedicado a todos aqueles que me fazem olhar para trás com a sensação de que valeu a pena. 

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