sexta-feira, 17 de junho de 2011

O pic-niq da AV. da Liberdade e a evitável discórdia


Vai-se realizar em Lisboa este fim de semana um piquenique cujo objectivo é promover os produtos nacionais e a produção nacional e para isso serão necessários os respectivos preparativos que estão a condicionar fortemente o transito na zona da Avenida da Liberdade e envolvente. Nada haveria nada a dizer não fosse este ser um evento privado promovido por um grande grupo comercial e daí a revolta de comerciantes e automobilistas.

Mas existem dois ou três pontos a analisar:
O primeiro reside na falta de civismo dos passantes que parecendo não conseguir sobreviver sem o automóvel estão a lançar o caos na zona. Não estará na altura de começarmos a viver e sobreviver recorrendo menos ao automóvel essencialmente numa cidade como Lisboa que tem uma tão grande rede de transportes públicos?

A segunda reside na incompreensão dos comerciantes! É certo que nestes dois dias de preparativos a afluência de clientes será menor, mas será que os milhares de visitantes que se esperam para o fim-de-semana não irão gerar um volume de negócio extraordinário que mais que compensará as percas destes dois dias?

Por fim é de realçar os ganhos para a zona e para a cidade. Todos os canteiros da Avenida irão ser restaurados e arranjados pela dita entidade privada organizadora do evento o que será bom para o município pois serão custos transportados do erário público para a esfera privada e ainda existe a possibilidade da zona fica mais agradável e assim trazer mais pessoas ao local e potenciar o comércio. Outra das mais-valias reside na potenciação de hortas comunitárias pela entidade organizadora, que não sei como irá funcionar, mas que tenho curiosidade em conhecer.

Parece-me que por vezes seria importante pensarmos nas mais valias que um evento destes poderá trazer antes de lançar o caos e a discórdia.

Aproveito para divulgar um link que me pareceu interessante sobre a cidade de Lisboa: História da cidade de LIsboa

1 comentário:

  1. Concordo com alguns dos pontos que frisas Nuno, mas não posso concordar com a questão dos carros: mais do que um local de estacionamento a Av. da Liberdade é uma via nevrálgica no centro de Lisboa, pela qual passam milhares de veículos todos os dias e quando digo passam é exactamente isso: passam. Para chegar ao Rossio, ao Saldanha, ao Rato, às Amoreiras, a Campo de Ourique, etc, etc.

    Como referiram (e bem, na minha óptica) os senhores do ACP: 5ª e 6ª feira não foram dias feriados esta semana, houve milhares de pessoas que foram afectadas por estes constrangimentos, muitas delas sendo completamente apanhadas de surpresa, especialmente no dia de ontem.

    É certo que a rede de transportes públicos de Lisboa é vasta e boa, mas já teve melhores dias, prova disso é a redução do número de comboios do metropolitano e de algumas carreiras da Carris, devido às reduções de custos, numa altura em que houve um crescimento acentuado no número de passageiros devido à crise, logo, deixando os mesmos de ser tão apelativos.

    Concordo que é importante fazer-se uma revitalização da imagem da Av. da Liberdade, mas não à custa do conforto das pessoas que querem, apenas, chegar ao seu posto de trabalho.

    Quanto ao resto, nada a apontar ;)

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