sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Disney's Frozen

Vais perder a cabeça, vais perder a cabeça, vais perder a cabeça Sinto-me mesmo um garoto ao ver estes filmes :)

Nuno Miguel

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A vida que você escolheu # your life

Existem muitas coisas que nos vão fazer colocar em causa a nossa própria vida.
Existirão muitas coisas que nos farão duvidar dos nossos objectivos de vida, da nossa felicidade ou do nosso rumo.

Eu escolho ser feliz
Eu escolho sonhar
Eu escolho acreditar
Eu escolho lutar
Eu escolho aceitar a minha vida e sorrir

Escolhe a tua vida




Nuno Miguel Pedrosa


h

Dizem que o "h" muitas vezes é mudo, mas não o silenciem no sonho!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Antes de Sócrates falar...

Antes de Sócrates falar, também eu vou debitar algumas linhas.

Logo à partida não compreendo o porquê de tanta agitação em redor da entrevista e dos futuros comentários de José Sócrates. É certo que Sócrates teve elevadas responsabilidades a nível governamental e partidário, mas então e Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes, Marques Mendes, Augusto Santos Silva ou Francisco Louça? Sim... Porque todos estes têm programas de comentário semanal nas diversas televisões. Tendo em conta que a RTP nada vai pagar quer pela entrevista, quer pelos comentários, caso queiram impedir Sócrates de comentar, também terão de impedir todos os outros. Como é? Vamos impedir todos de comentar e dar um golpe na democracia como queria Manuela Ferreira Leite?

Penso que não...

Muitos afirmam que Sócrates é o grande herege e culpado de todos os males que assolam o País. Não duvido que tenha alguma culpa. Aliás, todos os que tiveram responsabilidades governamentais têm responsabilidades. Mas será que foi esta crise Portuguesa que se expandiu para a Grécia, Irlanda, Espanha, Itália e agora ao Chipre? Será que foram as decisões tomadas por Sócrates que levaram unica e exclusivamente a esta crise? Ou será que a crise financeira dos Estados unidos da América, o país mais influente e poderoso do planeta, poderá ter tido alguma influência?

Sócrates terá culpa com certeza, mas não é o único e nem sei se terá a maior fatia de responsabilidade.

Quantos se lembram que Sócrates conseguiu controlar as contas públicas depois dos Governos de Barroso e Santana Lopes? Quantos se lembram que foi Sócrates o primeiro a mexer com muitos dos beneficios injustificados de que muitas classes sociais beneficiavam? Eu lembro e lembro das lutas tidas por exemplo com os juizes e com as esquecidas duplicação de rendimentos relativo ao alojamento dos mesmos.

Sócrates fez tudo mal, dizem. Mas eu lembro-me da diminuição das listas de espera na saúde e lembro-me da melhoria substancial das condições nas nossas escolas e em todo o sistema educativo nacional.

Acredito que Sócrates poderia ter reagido melhor aos primeiros sinais de crise. Admito que sim, mas também não esqueço que nos primeiros meses/anos a crise afectou de forma mais ou menos grave países como França, Inglaterra e especialmente os Estados unidos.

Sócrates não foi nenhum anjo, mas diabolizar o homem e o politico é coisa de mal intencionados.
Não concordei com todas as decisões de Sócrates, mas apoiei muitas e se Sócrates voltasse... Se calhar até o apoiava.

Disse

Nuno Miguel Pe
drosa

Andar de bicicleta é mau para o ambiente!

Fiquei estupido, de facto, quando li esta noticia.

Um congressista Americano quer taxar o uso da bicicleta porque ao pedalar os ciclista respiram mais depressa e dessa forma expelem mais CO2 que o habitual e comun dos cidadãos...

Tenham dó...

http://www.examiner.com/article/wash-state-politician-says-bicycles-bad-for-environment-need-to-be-taxed

"A cyclists [sic] has an increased heart rate and respiration. That means that the act of riding a bike results in greater emissions of carbon dioxide from the rider. Since CO2 is deemed to be a greenhouse gas and a pollutant, bicyclists are actually polluting when they ride," he said.





Para as memórias curtas!!





Por: Fritz Praia Grande

segunda-feira, 25 de março de 2013

Seguramente pouco Seguro!!!

Seguro provou em tempos ser homem de convicções e lutar por aquilo em que acreditava e o que julgava ser melhor para o País. 

Seguro mostrou-me em tempos que era um politico firme, duro e que criticava de forma aberta o que achava que era de criticar e propunha o que lhe parecia conveniente. Sem rodeios, sem meias palavras, sem mal-entendidos. 

Achava eu Seguro um homem frontal, directo, objectivo e pertinente. Eu apoiei Seguro pois julgava ser este o perfil indicado para se contrapor ao governo que estava a entrar em funções. Por isto e porque Seguro prometia de forma implicita que também saberia dar o devido espaço a Passos Coelho e ao seu governo e assim respeitar a herança que Sócrates havia deixado. 
Mas este Seguro ainda nunca apareceu. É certo que o espaço devido foi dado, que foram concedidas as benesses necessárias a um novo governo e que não foram des-respeitadas as heranças dos governos de Sócrates. Mas esse deveria ter sido um período transitório, após o qual era premente que o velho Seguro emergisse. 

Era necessário que o velho Seguro demonstrasse toda a sua força e se oposesse como quem realmente quer fazer oposição, mas não sinto força nas suas palavras. Não sinto energia, não sinto querer, não sinto vontade de realmente mudar a face deste País. Já passou o período de tréguas. O actual governo já teve mais benesses do que deveria e já deveríamos estar em cima das opções dele. Seguro deveria ser a primeira face de um País ostracizado, mas com vontade de mudança. Seguro deveria tornar-se a face de todos os revoltados com estas políticas. Mas não.... 

Ao fim destes anos na liderança do PS Seguro continua a mostrar-se inseguro, continua a mostrar-se receoso e por vezes parece até subserviente para com este governo. É certo que as palavras de oposição a este governo vão aparecendo, mas parecem-me sempre sem força, demasiado vãs, quase ocas e muito pouco objectivas e pertinentes. 

Bem sei que é mais importante a equipa que o individual e o médio prazo é preferível ao curto-prazo, mas a atitude tem de mudar. Seguro tem de mudar sob pena de se eclipsar. Existem lutas que não podem ser tomadas por Zorrinho. Existem anuncios que não devem ser feitos por João Ribeiro. 


Se existe muito trabalho que não transparece? Existe sim, mas em politica o trabalho tem de ser visivel e tem de ser visivel através do líder. Tem de ser o líder quem marcaa o ritmo e não os seus adjuntos. 
Seguro tem de aparecer e transparecer. Seguro tem de ser seguro e mostrar a força que tem. Seguro tem de mostrar aquilo que realmente vale sob pena de ser secundarizado... 
 Seguro tem o perfil necessário e já o demonstrou, mas não tenho a certeza que seja este Seguro. 


Ainda o continuo a apoiar, pois apesar de tudo tem-me deixado na expectativa, mas nem sempre a expectativa é suficiente... 
E quando nem uma moção de censura ao governo parece ter força e impacto a nível nacional...
Esperamos nós, espero eu um Seguro mais cidadão, mais aguerrido e que passe de uma forma mais real os sentimentos dos Portugueses. Portugueses que ele tão bem conhece.

Talvez esteja a ser injusto, mas quero apenas mais Seguro.

Nuno Miguel Pedrosa

quarta-feira, 13 de março de 2013

Prova de Abertura de Paraciclismo 2013

Foi este sábado a prova de abertura do paraciclismo 2013.

O primeiro passo para a implementação de uma modalidade que promete.

Foram 10 bravos herois à chegada, mas espero por mais companhia nas próximas etapas.

Ficam a reportagem e as classificações.

Reportagem em: http://videos.sapo.pt/FNVGmAuvF6TEYBrN3KMF


Classificações:

Resultados da prova
Prova de abertura de Paraciclismo (nacional) Prémio Cidade de Fafe 09/03/2013
Organizador:ACM / FPC
Categorias:C, H, D Paraciclismo

Classificação Final - Paraciclismo

Clas    Nº    Nome    Tempo    Classe
1    17    Luis Costa    00:56'58''    H3
2    15    André Sobreiro    00:59'28''    H3
3    16    Hélder Farroba    01:07'08''    H3

1          19 Pedro Basilio           01:02'12''    C
2          18 Telmo Pinão             01:09'12''    C
3          21 Carlos Santos           01:16'16''    C
4          20 Nuno Pedrosa           01:20'05''   C

1         23 Fabio Inácio             01:00'05''     D
2         22 Ricardo Gomes        01:06'14''     D
3         24 Ivo Pereira               01:12'19''     D

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Alta Velocidade a Banho Maria

Mais uma vez volta à agenda do dia a problemática da alta velocidade, mas verdade seja dita que esta é talvez a primeira vez em que começo a concordar com o conteúdo desde inicio.

É que esta é a primeira vez em que se ouve falar claramente em três pontos que para mim são essenciais, a saber: Mudança de bitola ibérica para Europeia, aposta clara no transporte de mercadorias em vez do tradicional transporte de passageiros e ainda a ligação directa a um porto de mercadorias, neste caso o de Sines.

Vamos por pontos


Mudança de bitola ibérica para Europeia

Numa altura em que cada vez a racionalização de custos se torna mais importante é fundamental aproveitar ao máximo as potencialidades de cada meio de transporte e o ferroviário pode ser o meio de transporte mais económico em espaços continentais. Pode porque no caso ibérico temos algumas ineficiências. Basta dizer que para qualquer comboio ir de Portugal ou Espanha a França tem obrigatoriamente que fazer o transbordo de passageiros ou mercadorias na fronteira entre Espanha e França (Excepção feita a alguns comboios que têm um sistema adaptativo entre bitolas).

Este ponto é especialmente importante uma vez que o transporte de passageiros e mercadorias nacional por via ferroviária fica/está neste momento bastante limitado ao mercado ibérico e em especial ao nacional. Para tal basta analisar o relatório de estatísticas de transportes 2010 do INE que nos diz que 92,1% de todo o transporte ferroviário nacional tem como origem e destino pontos dentro do território Português. Ora se voltarmos a ter em conta que as vantagens do transporte ferroviário registam-se essencialmente no médio/longo curso verificamos que estamos perante muitas ineficiências. Ineficiências essas que apenas poderão ser supridas com a adopção de uma bitola europeia por Portugal e Espanha!

Aposta clara no transporte de mercadorias em vez do tradicional transporte de passageiros

Duas claras vantagens neste ponto. Desde logo a construção de linha destinada a mercadorias fica substancialmente mais barata que a de passageiros. Por outro lado uma linha de mercadorias poderá potenciar investimento estrangeiro e nacional, assim como a criação de emprego e riqueza.

Em teoria o transporte de passageiros não passa disso mesmo, transporte de passageiros. Já o transporte de mercadorias tem o potencial de à sua volta criar uma série de industrias exportadoras e estas alimentarem outras empresas ao seu redor. Neste ponto só me vem à ideia os ganhos que toda a região centro do país poderia incorrer caso além da construção desta linha de alta-velocidade para mercadorias também a linha do oeste fosse reabilitada e nessa reabilitação fosse substituída a bitola Ibérica em toda a linha do Oeste. É notório que as linhas/carris da linha do oeste necessitam de reabilitação, portanto porque não preparar a linha já para o futuro?


Ligação directa a um porto de mercadoria

Já tendo sido exploradas as vantagens do transporte de mercadorias, convém irmos mais longe. Estando esta linha  construída e potenciarmos assim o transporte de mercadorias a nível continental porque não aproveitar este investimento e potenciarmos os nossos portos e assim também o transporte de mercadorias inter-continental?

Apesar de a ligação não ser à partida directa com esta linha férrea e com a sua ligação directa aos nossos portos, pode-se afirmar que estes ganhariam uma nova importância estratégica e existiria um boom de mercadorias que passariam pelo nosso território. Até há uns anos o porto de Barcelona era o mais movimentado da Europa, mas devido ao incómodo de transbordo trans-fronteiriço entre-bitolas este foi aos poucos substituído pelo porto de Gioia Tauro. Não se pode dizer que com esta mudança o porto de Barcelona e os nacionais iriam voltar a ganhar o seu lugar no top, mas certamente que ganhariam novos e importantes volumes de negócio.


Está assim na altura de Portugal e o seu transporte ferroviário evoluírem e acompanharem a evolução Europeia, mas desta vez sem as loucuras das 11 linhas de TGV de Durão Barroso, ou as 4 de Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite e sem as propostas que até agora contemplavam quase que exclusivamente o transporte de passageiros e não o transporte de mercadorias.

E ainda mais importante está na altura de conjuntamente a este projecto pensar e edificar um projecto integrado de transportes a nível nacional. Certo que a nível rodoviário pouco há para fazer, mas a nível ferroviário, portuário e essencialmente de integração entre as várias vertentes ainda muito pode ser feito.

Nuno Miguel Pedrosa









terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Reunião do Conselho nacional do PS

Hoje pagava para ser uma mosca e poder assistir à reunião do conselho nacional do PS!!
Sinceramente não percebo o porquê dos órgãos de comunicação Social fazerem um tão grande alarido em redor desta reunião e de possíveis eleições. Eu que geralmente sou distraído já sabia que este ano iriam haver eleições internas no partido porque assim está definido nos estatutos do partido. O mandato é para dois anos e os dois anos esgotam-se em Setembro deste ano portanto é natural que comecem a existir reuniões de preparação.

Se eu pudesse votar, optaria por realizar eleições internas após as autárquicas. O Partido necessita de estabilidade para obter bons resultados nas eleições e poder dar réplica ao governo que temos... Além do mais estamos a meio de um processo de preparação das próximas autárquicas que não necessita de ser destabilizado.

Mas isto é apenas uma opinião

Quanto aos dois senhores da foto?
Têm ambos bastantes qualidades e que poderão ser muito úteis.


Nuno Miguel Pedrosa

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma viagem atribulada pelos Centros de saude da Figueira da Foz

Compreendo e aceito que até há uns anos existiam, em certas zonas do país, demasiadas extensões de saúde e os serviços tinham de ser reorganizados de forma a permitir que o SNS se tornasse mais eficiente.

Mas por uma reorganização não se deve entender corte arbitrário e injustificado de valências ou não previsão de alternativas.

Na zona Sul do concelho da Figueira da Foz existiam até há alguns anos 6 centros de saúde e extensões (1 por cada freguesia). Recentemente foram eliminadas duas extensões. Mesmo sendo uma das extensões a da minha freguesia apoiei porque iria promover uma maior eficiência do sistema. Sobraram quatro que me parecem suficientes e em teoria reuniam todas as valências.

No passado fim de semana fui obrigado a recorrer ao SNS, mas por achar que não se tratava de um caso de urgência maior tentei ir a um desses centros de saúde, mas todos se encontravam fechados. Conformado-me com a situação fui ao Centro de saúde central do concelho que tem serviço de consultas alargadas permanente. Apesar de se encontrar a uma maior distância (Norte do concelho - Buarcos) pareceu-me a decisão mais racional.

Ao lá chegar informam-me que não me podiam atender pois sou utente do sul do concelho e que me teria de dirigir a uma das valências do Sul. Ao perguntar/confirmar qual é que estava aberta responderam-me que nenhuma, mas que no entanto seria o local recomendado para ser atendido.

No entanto, apesar de não urgente, mas recomendável ser visto por um médico no mais curto espaço de tempo lá tive de me resignar e deslocar-me aquela que à partida deveria ser a minha ultima opção. Lá fui ao hospital e ao serviço de urgências.

Será que o centro de Saúde de Buarcos ao ser o único aberto no concelho não deveria estar aberto a toda a população?
Haverá justiça e igualdade num sistema que apesar de ter as condições necessárias apenas atende alguns dos seus utentes e nega assistência a outros?
Não seria, o serviço de urgência do hospital, ainda mais eficiente no atendimento aos casos que são realmente urgências?
Alguém me sabe explicar a lógica deste sistema?

Nuno Miguel Pedrosa

Excelência no hospital da Figueira da Foz


Todos gostamos de dizer mal quando as coisas correm mal, mas todos temos o dever de dizer bem quando as coisas correm bem!

Ontem lá fiz mais uma visita ao hospital da Figueira da Foz por causa de uma infecção nos meus pés. A verdade é que ia algo receoso uma vez que apesar de ser visivel, a infecção não era demasido pronunciada e já antevia uma espera de horas no banco de urgência.

A realidade superou tudas as melhores espectativas que eu poderia ter.
Em apenas UMA HORA!!!
Sim, UMA HORA, fiz o registo, passei pela triagem, fui atendido pela especialidade de cirurgia, levei dois medicamentos por via intra-venosa, fiz raioX, e o diagnóstico foi confirmado pelos especialistas de ortopedia.

E tudo isto em apenas uma hora.
É por estas e por outras que ando já há alguns anos a defender e a bemdizer o hospital da Figueira.

Obrigado à equipa

Nuno Miguel Pedrosa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

18 de Janeiro de 1934 - Marinha Grande

Há muito que é conhecido o fervor sindicalista da Marinha Grande e as imensas lutas que os vidreiros levaram a cabo nos anos 80, especialmente, mas nunca soube eu qual a origem deste fervor e espirito de luta.

Até que no Domingo ao almoço o meu pai, vidreiro de profissão e de coração, me falou do feriado do 18 de janeiro.
Desconhecendo eu este pseudo-feriado fui pesquisar e dei de caras com aquela que foi provavelmente uma das primeiras lutas contra o Estado novo.

Fica um extrato de um texto encontrado e um vídeo representativo do acontecimento.

"Para se entender o que aconteceu no dia 18 de Janeiro de 1934, é preciso ir um pouco atrás. Com efeito, a nova Constituição plebiscitada em 1933, dava margem ao Estado Novo para retirar todas as liberdades cívicas aos cidadãos, apoiando-se num texto que, oficialmente, a maioria do eleitorado aprovara. No dia 23 de Setembro desse ano foi publicada a legislação sobre a organização corporativa do trabalho. No que ao universo laboral se referia, a liberdade sindical era extinta, pois só seriam legais os sindicatos nacionais, enquadrados na estrutura corporativa.


Foi criada uma «Frente Única» para fazer face a esta nova ofensiva do estado corporativo no sentido de consolidar a ditadura. As organizações dos trabalhadores, sobretudo a Confederação Geral do Trabalho, dominada pelos anarquistas, defendeu a realização de uma greve geral insurreccional. O PCP preconizou uma estratégia diferente – das assembleias gerais dos sindicatos marcadas para votar os estatutos, deveriam sair moções repudiando a nova legislação, criando-se uma grande movimentação de massas que poderia resultar na tal greve geral projectada pelos anarquistas.
A proposta da CGT prevaleceu e os próprios militantes do PCP envolvidos na organização aderiram à ideia mais radical. Na noite de 17 explodiram algumas bombas: duas em Lisboa e uma em Coimbra. Contudo, no dia 18 de Janeiro, a adesão à greve geral foi decepcionante. Paragens de laboração apenas em fábricas de Almada, do Barreiro e do Algarve.
Na Marinha Grande, as coisas passaram-se de modo diferente. Tudo começou de acordo com os planos traçados – nas fábricas a laboração foi suspensa, cortou-se comunicações e houve manifestações de rua. Depois, a situação alterou-se quando os responsáveis locais, entusiasmados com a adesão maciça da população, resolveram criar um soviete.
Foi eleito um soviete que assumiu o controlo da vila, tomando o posto da GNR e a estação dos Correios. Beneficiando do factor surpresa, tudo foi feito sem derramamento de sangue, decidido passo a passo. À medida que as questões surgiam, iam sendo resolvidas. O comandante do posto da GNR e a sua família foi «aprisionado» numa pensão local. Os guardas ficaram sob custódia de um administrador de uma fábrica. O chefe da estação dos CTT, ao serdetido, pediu para ver a família. Conduzido à residência, aproveitou a conduta benévola dos revoltosos para, telefonicamente, denunciar o golpe às autoridades.
Durante algumas horas, a vila esteve ocupada pelos revolucionários, até que as forças militares que iam chegando os foram cercando, jugulando de forma violenta a revolta. Mais uma vez, o regime capitalizou esta acção, com ela justificando a criação do Campo de Concentração do Tarrafal.
A vila foi cercada por forças militares e, na madrugada de 19, as posições ocupadas pelos trabalhadores foram tomadas e a rebelião jugulada. Seguiu-se o que era de esperar de um regime como o que Salazar instituíra – prisões em massa, interrogatórios acompanhados de tortura, simulacros de julgamentos, deportações para as colónias.
O campo de concentração do Tarrafal foi criado para acolher presos do 18 de Janeiro. Na primeira leva de 152 presos que o foram estrear, 37 tinham participado no 18 de Janeiro. António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, condenado a 20 anos de degredo, ali morreu em 1948. O ferroviário, militante do PCP, Manuel Vieira Tomé foi brutalmente torturado, vindo a morrer no cárcere em Abril do mesmo ano. Houve centenas de prisões e de deportações."
Nuno Miguel Pedrosa