domingo, 19 de junho de 2011

O novo elenco ministerial



 Já muito se tem falado nestes últimos dias sobre o novo elenco que nos vai  dirigir nos próximos anos. Fica aqui a minha pequena e simples análise ordenando desde já a lista por ordem crescente de expectativas.

Primeiro-ministro - Pedro Passos Coelho
Esta para mim é a maior incógnita de todas. reconheço que o senhor até teve uma ou outra boa ideia apesar de não gostar do rumo  que parece querer levar. Por outro lado tenho algumas dúvidas relativamente às suas capacidades de gerir todo este elenco carregado de personalidades fortes e potencialmente geradoras de conflito como veremos de seguida. Este problema poderá surgir não apenas pelas personalidades individuais de cada um dos ministros que apresento de seguida, mas também porque o executivo ficou algo desfalcado de personalidades do seu circulo de influência mais próximo começando já a perder (4-7).

Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros - Paulo Portas
Talvez aqui esteja a decisão mais errada do ponto de vista técnico/politico, mas a mais acertada do ponto estratégico. Já pouco se espera de Paulo Portas e a sua forte personalidade poderia ser um entrave a  muitas das opções que o futuro elenco terá de tomar. Além do mais com esta atribuição Portas ficará com o seu poder de manobra algo debilitado uma vez que estará boa parte do tempo "emigrado" e em transito. Ao mesmo tempo que a influência de Portas será reduzida pois todas as opções estratégicas ao nível negócios estrangeiros estarão limitadas pela Troika, neste momento será ao nível das finanças que se deverá ter a última posição.

Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares - Miguel Relvas
Esta nomeação parece-me um erro crasso quanto mais não seja porque me parece que o Ministro responsável por dialogar com o PR e o Parlamento deve ser alguém capaz de gerar concordias e o SR. Miguel Relva dá-me ideia de ser alguém profundamente desestabilizador.

Ministro da Administração Interna - Miguel Macedo
Mais um individuo que me parece seguir a toada de Miguel Relvas e mais uma vez num ministério sempre muito sensível e onde até hoje ninguém conseguiu entrar em consonância com todas as entidades com que trata. No entanto, também me parece ser alguém de convicções o que também pode ser bastante importante.

Até aqui temos aquelas que me parecem ter sido más escolhas, passemos agora às duvidosas.

Ministra da Justiça - Paula Teixeira da Cruz
Uma pessoa empenhada, decidida e de convicções e a qual  já demonstrou em vários momentos ter ideias e formulas para reformular o sistema de Justiça Nacional. Parece ser alguém profundamente conhecedor do sistema Judiciário a que não é alheio o facto de ser uma reputada advogada de méritos consagrados. Joga contra si o facto de ao longo dos tempos ter criado algumas inimizades e antipatias dentro do próprio sistema judiciário o que pode dificultar a implementação das necessárias reformas.

Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território- Assunção Cristas
Ou o que podemos chamar de ministra da Revitalização. Terá de revitalizar Agricultura e Mar e manter se não aumentar a aposta nas pastas de ambiente. Além do mais terá a dificílima tarefa de proceder ao Re-ordenamento de território num prazo que se calhar é mais curto do que o desejado. Advogada de méritos reconhecidos e com grande capacidade de aprendizagem e trabalho é o que dizem. Mas será suficiente para lidar com o que deveriam ser 3 ministérios?

Ministro da Solidariedade e da Segurança Social - Pedro Mota Soares
É um dos poucos da àrea politica do CDS pelo qual nutro simpatia. Terá uma tarefa complicada, mas espero que tome algumas decisões racionais essencialmente ao nível da solidariedade. A sua tarefa poderá estar profundamente limitada pelo Ministro da Finanças pelo que será sempre uma incógnita até ao inicio de funções propriamente dito.

Ministro da Saúde - Paulo Macedo
Não querendo de modo algum retirar méritos profissionais ao sr. a única questão que me surge é: Será um matemático/financeiro a pessoa ideal para gerir um ministério com as especificidades do Ministério da Saúde?

O Sr. Paulo Macedo está no limite entre o que considero ser uma escolha dúbia ou uma boa escolha, mas só o futuro o dirá. Relativamente aos capítulos de boas escolhas temos os seguintes ministros.

Ministro da Defesa Nacional - Aguiar-Branco
Alguém por quem nutro simpatia tendo já por várias vezes  demonstrado que é uma pessoa calma, séria e apaziguadora. Terá a difícil de tarefa de fazer entender aos nossos militares que o seu papel na sociedade moderna é cada vez menor e que ao contrário do passado estes terão de se integrar cada vez mais na sociedade e não o contrário.




Ministro do Estado e das Finanças - Vítor Gaspar
Ministro da Economia e do Emprego - Álvaro Santos Pereira
Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência - Nuno Crato

Três profissionais de méritos reconhecidos aquém e além fronteiras. Apenas o tempo e o trabalho confirmarão as expectativas, mas À partida serão três boas escolhas.

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