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Alemanha abre as portas a jovens licenciados no desemprego - Economia - PUBLICO.PT
"Para cobrir o seu defice de profissionais especializados e impulsionar o crescimento do seu mercado, a Alemanha pretende contratar jovens europeus de países com elevadas taxas de desemprego, particularmente Portugal e Espanha."
"A Chanceler Alemã, Angela Merkel, mostrou-se a favor desta iniciativa, uma vez que a Alemanha precisa entre 500 mil a 800 mil novos jovens licenciados, disse o jornal espanhol El País . Este mercado poderá constituir uma oportunidade para os quase 50 mil jovens licenciados desempregados em Portugal."
A grande questão aqui é saber o que leva um país desenvolvido como a Alemanha a ter falta de profissionais qualificados. E a palavra chave aqui é mesmo o qualificados.
Enquanto que no Sul da Europa e essencialmente em Portugal se tentam ganhar vantagens competitivas através de baixos salários e exploração ao máximo de todos os recursos existentes mesmo que obsoletos e pouco produtivos, na Alemanha o segredo está na procura de competências e conquista de vantagens competitivas ao nível da competência e produtividade quer seja humana, quer seja tecnológica.
A prova está que apesar do que se possa depreender da noticia a Alemanha tem de facto um problema sério com o desemprego sendo que este atingiu 2,945 milhões de pessoas em Outubro de 2010, contudo a aposta está nas competências.
Em Portugal aposta-se no contrário. O Estado forma profissionais e as empresas continuam a procurar subsistir à custa da exploração de pessoas de baixas qualificações e salários baixos, deixando definhar as competências adquiridas por estes mesmos licenciados já que não as podem consolidar no exercício de funções compatíveis.
Não estará na hora de aprendermos algo com quem está mais evoluído que nós?
Nuno Miguel Pedrosa
Esta notícia só mostra que em alguns países há capitalistas que percebem como funciona o mercado de capitais, ao contrário daqueles a que gosto de chamar "pseudo-capitalistas de algibeira" cá do burgo.
ResponderEliminarAté alguém como eu, desconfiado dos neoliberalismos do capital, é fácil perceber que a economia actual (a real, pelo menos) pode ser desenvolvida de duas formas:
1 - reduzindo os custos de produção, mantendo o custo do produto final;
2 - mantendo ou aumentando ligeiramente os custos de produção, mas aumentando o valor do produto final.
A Alemanha, sem temores, parece ter escolhido a segunda...e muito bem. Na Europa temos legislação humanitária e laboral que nos impede de ser competitivos através do método 1. Ninguém consegue fazer mais barato que uma China ou Índia, em que o trabalhador é carne para canhão, e em que a produção, especialmente industrial, pode usar produtos tóxicos e poluir a níveis interditos há muito na Europa.
Portanto, aposta-se no que a China e congéneres não conseguem ser e fazer: ter trabalhadores muito qualificados, com condições de trabalho que lhes permitem ser altamente produtivos, e criando produtos de qualidade e valor acrescentados, que permitem compensar um menor volume de vendas.
Mas enquanto no nosso país for mais importante a um patrão comprar um Mercedes ou um Lamborghini do que comprar aquela máquina que permite inovar e competir, vamos definhar. Olhe-se para o supostamente produtivo Norte do país e para o número de empresas que por lá têm fechado e percebe-se os resultados a médio prazo desta falta de visão.