sábado, 8 de outubro de 2011

O governo e os transportesde Portugal

Reconheço que vou escrever o presente texto com base apenas em algumas noticias da comunicação social.

Na realidade pouco mais que temos isso uma vez que é quase inédito que o governo queira apresentar mudanças de fundo como as que parecem via a suceder sem previamente ter dado conhecimento de forma escrita e oficial sobre as alterações que pretendia introduzir. Como poderemos ter uma discussão construtiva se à priori apenas o ministro que fez a apresentação sabia do que estava a falar. Se fosse para tal acontecer bastaria um comunicado e não se convocada a reunião que no dia de ontem teve lugar.

Apesar de isto demonstrar a falta de preparação e evidente défice democrático por parte do governo o que interessa são as decisões anunciadas.

No entanto neste momento e devido às circunstâncias pouco mais se pode julgar do que possíveis intenções e essas tenho de admitir que nem todas são más e algumas são mesmo muito boas, vejamos:

- Criação das Empresas de Transportes de Lisboa e Porto (ETL e ETP) e reajustamento da Transtejo são decisões que à partida poderão ter bastantes pontos positivos pois não se entende como as várias empresas envolvidas não dispõem e têm mesmo bastante relutância em aceitar politicas comuns de prestação de serviços. Uma gestão cada vez mais integrada é fundamental para se possam gerar mais-valias e economias de escala sendo que em grande parte tal vai depender das equipas de Gestão nomeadas. É de revelar que com esta decisão vai ser possível renegociar os Acordos de Empresa que neste momento contém regalias para os trabalhadores absolutamente impensáveis e que nos deixa a todos a equacionar como foi possível chegar a tais acordos.

- Introducção de portagens em todas as SCUT. Já aqui por mais que uma vez referi que sou contra a introdução de portagens em todas as SCUT. Sou sim a favor de portagens em zonas do litoral onde existam alternativas rodoviárias. Para o interior onde muitas vezes não existem alternativas viáveis julgo ser completamente contra-natura que se introduzam portagens.

- Cancelamento do novo aeroporto. Sobre este tema não consigo ter uma opinião formada de todo. Se por um lado um novo aeroporto poderia ser uma mais-valia futura, por outro não me parece que exista vontade politica de dotar esse tal novo aeroporto de todas as valências que considero fundamentais, nomeadamente que este seja o centro de todo um novo conceito de transportes e através dele se unam os transportes rodoviários, que existisse uma ligação privilegiada ao Porto de Sines e que uma linha de mercadorias tenha ali um ponto de acesso e transbordo de monta.

- Linha de mercadorias (em bitola europeia) que é o ultimo tema que pretendia abordar. É realmente de aplaudir que em vez de uma linha de TGV seja antes criada uma linha rápida destinada ao transporte de mercadorias que seja realmente competitiva e que permita que as mercadorias cheguem a toda a Europa sem serem necessários transbordos de algum tipo. Parece-me que pode ser um ponto a favor da Economia nacional.

Parece-me porque a informação que chegou até este momento é claramente insuficiente, mas vamos esperar para ver como estas medidas são levadas a cabo.

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