terça-feira, 9 de novembro de 2010

Revisitando Eça de Queirós

Citando Francisco Banha em yenportugal

Agradeço ao meu grande amigo e Board Advisor da Gesventure, Dr. António Albino Freire, a partilha desta reflexão de Eça de Queirós que, passados mais de 100 anos, se mantém actual…

“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha, A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.”

Eça de Queirós

Franscico Banha 

Qualquer coincidência com a actualidade nacional não passa mesmo de pura coincidência

Sem comentários:

Enviar um comentário