segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A (ir)responsabilidade dos professores

Permitam-me que use o termo professores desta forma tão ligeira porque pretendo mesmo falar da fenprof que a bem ou a mal representa os professores deste país. Verdade seja dita que caso eu fosse professor estaria neste momento ofendido e caso fosse um bom professor estaria a sentir-me mesmo muito insultado, mas a verdade é que são os professores quem escolhe os seus representantes.

Escrevo este texto depois de ser alertado para um comunicado da fenprof que pode LER AQUI e que me deixou mais uma vez incrédulo.

Começamos por ler na página inicial da federação o seguinte: 
"Calendário negocial alargado para Setembro permitirá o envolvimento dos professores!"

E desde logo me pus a reflectir e a equacionar onde ficam a pretensão da própria fenprof invocada há alguns meses atrás de querer resolver esta questão antes do inicio do próximo ano lectivo??!!! Ou serão as férias mais importantes que defender esta importante classe profissional do nosso país e de qualquer sociedade?

No entanto parece-me simples a resposta.

O que afinal a fenprof deseja é que se acabe com todo e qualquer tipo de avaliação e se volte aos antigos sistemas de progressão continua e automática, mas caríssimos recordo que esses tempos já lá vão e seria um grande retrocesso se tal voltasse a ser aplicado.

"Falta agora saber até que ponto é que, com estes princípios, o MEC conseguirá libertar-se do modelo actual de avaliação – que o PSD, há poucos meses, considerou kafkiano e monstruoso – e apresentar um que tenha, efectivamente, uma matriz formativa."

Como poderemos ver pela citação anterior  a fenprof propõe como proposta simples que se acabe com o processo de avaliação e se passe a ter em conta apenas uma mera matriz formativa que eventualmente seria controlada integralmente pelos professores pois a intervenção de qualquer profissional externo qualificado para avaliar seria uma afronta aos direitos dos professores, como já várias vezes defenderam. E mais...

"Neste conjunto, nada consta sobre o reconhecimento do mérito absoluto, princípio muito importante que deixaria, desde já, claro que seriam abolidas as quotas de avaliação."

Mas que mérito absoluto meus senhores? O mérito de terem conseguido em tempos tirar uma licenciatura habilita alguém para exercer a docência ad eternum? Será que ter um canudo e periodicamente frequentar formações cuja qualidade dificilmente conseguirá ser auditada externamente é suficiente para ser um professor de excelência e assim progredir na carreira a cada 3 ou 4 anos?

Tudo isso me parece claramente insuficiente meus senhores e um bom sistema de avaliação é fundamental para que o nosso sistema de educação tenha mais qualidade e se possa fazer a triagem entre bons e maus professores.

As nossas crianças e jovens merecem isso.

Depois da coragem demonstrada pelo anterior governo do PS em instituir um sistema de avaliação é fundamental que o actual governo prossiga nessa senda se possível melhorando esse mesmo sistema.

Eu se fosse professor e essencialmente se fosse bom professor exigia responsabilidade a estes senhores da fenprof e o seu contributo útil para a promoção de um bom e justo sistema de avaliação.

Sem comentários:

Enviar um comentário