Por falta de uma palavra já não sou considerado deficiente...
Descobri recentemente que por falta de uma palavra já não tenho direito a ser deficiente e a palavra é.... motora.....
Falta no meu atestado multiusos comprovativo de deficiência, passado no ano 2000 a identificação do tipo de deficiência de que sofro e por isso já não sou considerado deficiente ou seja não me podem passar documento para estacionamento especial nos lugares reservados a deficientes.
Segundo funcionária do IMTT, apesar de estarem correctamente identificadas as causas e percentagens da deficiência, de as mesmas serem visíveis e a mesma funcionária as conseguir comprovar e de se tratar apenas da renovação de um documento em que a dita funcionária consegue comprovar TODOS os factos necessários para a renovação do mesmo, não o faz.
Por falta de uma palavra...
Assim e depois de ter perdido um par de horas no IMTT (antiga DGV) tive de procurar o serviço de saúde apropriado mais próximo. Nada resolvi porque apesar de efectuar os meus descontos no distrito de Leiria apenas o serviço de saúde da minha àrea de residência me pode passar novo documento. No entanto a marcação tem de ser presencial o que me fez percorrer 140 km desde o meu local de trabalho até ao serviço da minha àrea de residência.
Podemos fazer uma contagem. Até agora perdi meio dia de trabalho no IMTT e mais meio dia de trabalho para fazer uma marcação presencial de um serviço (TOTAL: 2 meios dias de trabalho).
Ao fazer a marcação fui informado que para além de ter de comprovar a existência de imensos documentos ainda me faltam cumprir alguns passos do processo. Necessito de uma declaração obrigatória do médico de família (que não tenho), de ir a uma consulta com um delegado de saúde e só mais tarde ir a uma junta médica onde finalmente me vão resolver o problema.
Fiz então a marcação para o delegado de saúde. Como andei imenso tempo à procura do serviço que ninguém parecia saber exactamente qual era ou onde se situava perdi quase a manhã toda e apenas consegui fazer marcação para o delegado de saúde. Mas como necessitava da tal declaração do médico de família (que não tenho), corri para o centro de saúde para tentar fazer marcação de consulta. Como já era perto da pausa para almoço, já ninguém me soube dizer quem me poderia ou sabia dizer qual o medico que me poderia atender, tive de voltar da parte da tarde (Total: 1 dia + meio de trabalho perdidos e 140 km). Ao fim de algum tempo a tentar explicar a obrigatoriedade da declaração e a sua importância lá consegui que um médico aceitasse que a funcionária administrativa marcasse uma consulta para daí a uma semana.
No dia marcado compareci à consulta em que a Dra. teve a gentileza de escrever que me queimei quando tinha um ano de idade e por isso além de queimaduras por todo o corpo foram-me amputados ambos os pés. Algo bastante elaborado e que já havia sido percebido pela sra. que se recusou a passar o distico inicial e que com toda a certeza qualquer um consegue observar caso esteja atento (Total: 1 dia + 2 meios dia de trabalho e 280 km) Nota: consegui a declaração antes de ser necessária.
Chegada a data de nova marcação dirigi-me ao sr. Delegado de saúde para a qual percorri mais 140 km e perdi nova manhã de trabalho para me ser dito que é incompreensível a necessidade de novo atestado e que entretanto seria convocado por carta para me dirigir a junta médica (Total: 1 dia + 3 meios dia de trabalho e 420 km)
Espero agora a data da marcação de junta médica para a qual vou ter de perder meio dia de trabalho e fazer + 140 km além de ter de pagar uma taxa de 50€ por ser deficiente (Total: 1 dia + 4 meios dia de trabalho, 560 km e 50€)
Entretanto vou ter de me dirigir de novo ao IMTT para voltar a pedir o dístico e perder mais meio dia de trabalho (Total: 1 dia + 5 meios dia de trabalho, 560 km e 50€)
Fico à espera que as finanças não se lembrem entretanto de me pedir de forma presencial que comprove que tenho o novo atestado...
Agora pergunto: Acham que é logico que se perca todo este tempo de trabalho para um simples atestado?
É que bastava que permitissem que pudesse resolver a situação perto do meu local de trabalho para não ser necessário todo este desperdicio de tempo e de recursos.
Se alguém me souber explicar a lógica desta situação agradeço, mas entretanto alguns Euros saem do bolso devido aos custos envolvidos e outros deixam de entrar devido ao tempo perdido, para além da desconfiança e desconforto para com a entidade patronal que teve de abdicar durante todo este tempo de um funcionário porque ele é deficiente...
Não será possível facilitar todo este processo? Ou terei de trabalhar apenas "em casa" e não procurar, como todos, algo melhor para o presente ou futuro?
Caro Numpe,
ResponderEliminarPenso que se trata de um caso de excesso de zelo... então não foste tu próprio que te apresentaste?! Não estavas devidamente identificado?!O bom senso infelizmente é cada vez mais raro, e há gente que gosta de ser mais papista que o papa!! Enfim... o poder da boa fé já não é o que era, e até com a evidência na ponta do nariz se perdem em burocracias... puffff
Apetece-nos é fugir deste país cheio de medíocres brucratas, políticos da treta e ladrões de colarinho branco!!
Abraço
Sininho
Deixe lá, eu senti-me humilhada quando fui "renovar" o meu atestado vitalício. É que "aparentemente" sou normal e então, antes de mais olham de cima abaixo e perguntam: "O que é que está aqui a fazer?" depois lá decidiram que eu sou menos deficiente 1%,em relação ao que era.
ResponderEliminarTudo de bom
Mónica
Todos temos direito a ter medico de familia,na area da residencia ou na area do trabalho ,cabe a cada um de nos escolher onde nos dá mais geito ,afim de não perder tantas horas,e não fazer tantos km
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