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Ah, que alívio, que alegria, voltarmos a ver o nosso querido Presidente da República todo sorridente, todo babadinho, ao receber o Primeiro-Ministro no Palácio de Belém, esse reduto inexpugnável da gente séria. Ah, como este desamparado país estava carente dessa harmonia e cordialidade, dessa elevação. É que nada consegue ultrapassar os magníficos exemplos que a gente séria tem para dar ao povoléu desde que a dita esteja rodeada também por gente séria e não pela escumalha dos mentirosos. Os mentirosos, ainda por cima, e só para piorar o que já era mau, não têm transparência. Não têm porque estão sujos e são sujos. E são ratos. E são porcos. Pode um porco ser transparente? Nunca, nem mesmo se transformado em fiambre para ser exaustivamente fatiado até ficar finíssimo. O porco é um animal muito opaco, muito diferente da gente séria.
O novo Governo atingiu na sexta-feira o seu 1º mês em funções. Não será exagero dizer que o País, apenas 30 dias passados sob a iluminada e virtuosa direcção da gente séria, está irreconhecível tantas as radicais alterações introduzidas. Agora, já temos um Chefe de Estado que sabe do que se passa na Europa, por exemplo, tendo acabado a asfixia democrática que o impedia de ter acesso às notícias vindas do estrangeiro. Temos autarcas que passaram a aceitar portagens onde antes prometiam barricadas, outro exemplo de conversão súbita e milagrosa. E chegámos ao ponto de ver o início da operação que vai conduzir ao anúncio de que o TGV não irá parar porra nenhuma, vai é continuar e acelerar que o dinheirinho não é para desperdiçar.
Celebrando este momento de salvação nacional pela gente séria, queremos saber qual é a obra do Governo que melhor representa a sua essência e espírito. Ajuda-nos a descobrir.
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