O recente falecimento de Eusébio voltou a trazer ao de cima o pior que temos, na minha opinião, no jornalismo em Portugal.
Por mais importante que tenha sido Eusébio e por maior que seja o simbolismo da sua figura, penso que devem ser impostos limites ao jornalismo.
O mundo não pára quando morre uma figura pública deste calibre!
O país continua! Portugal não pára quando existe um acontecimento destes!
Não se justifica que as televisões estejam cerca de meia hora em directo de um estádio de futebol a encher chouriços à espera que um carro funerário entre no estádio.
Deixámos de ter jornal da tarde para estarmos olhar para o estádio da Luz enquanto se esperava pelo corpo do senhor.
Seria muito mais útil a meu ver continuar o normal curso do jornal da tarde (dos vários jornais que passam naquele horário)e momentos antes de o corpo "subir" ao relvado, aí sim, realizar o directo com a devida homenagem à figura.
Este é um exemplo dos vários que poderiam ser dados destes dias de homenagem. Outro que me deixa incrédulo é respeitante às múltiplas e inúmeras entrevistas a familiares, amigos e colegas e muitas vezes a figuras publicas que nada tinham a ver com Eusébio, se não o simples facto de serem figuras públicas.
O jornalismo português é melhor que isto e não merecia estas tendências editoriais.
Resta saber se as televisões portuguesas não serão melhores que isto...
Nuno Miguel Pedrosa